A Supersafra do algodão brasileiro atingirá recorde neste ano

O Brasil colherá cerca de 2 milhões de toneladas de algodão em pluma em 2018, uma safra recorde para o País, alcançada graças aos investimentos em tecnologia, às boas condições climáticas e aos bons preços nacionais e internacionais. A produção de algodão aumentou 28,5% em relação à última colheita, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Acompanhe o aumento da área plantada

A área plantada aumentou de 939,1 mil hectares para 1.175,9 mil hectares na safra atual, com crescimento de 25,2% em relação ao ano passado, o que a torna a safra 2017/2018 a maior das últimas cinco safras. A comercialização da safra 2016/17 e as boas perspectivas atuais de mercado geraram um ambiente de otimismo no setor produtivo e levaram ao aumento da área de cultivo.

As Regiões Centro–Oeste e Nordeste compreendem as unidades da Federação com maior produção de algodão, responsáveis por 97% da produção nacional. Na Região Nordeste, segunda região produtora, a tendência é de forte aumento na área plantada, saindo de 230,8 mil hectares na safra passada para 296,7 mil hectares. Também a região Sudeste apresenta aumento na participação total, passando de 2,5 milhões de reais em 2017 para 6,3 milhões em 2018, graças ao aumento na área da referida região (67,4%).

Veja o aumento também da produtividade

A produção aumentou não apenas em função da área plantada, mas da produtividade alcançada. A projeção é que a produtividade média do algodão brasileiro chegue a 3.450 kg por hectare em 2018 em todo o país – em 2017, foram produzidos 3.440 kg por hectare.

De acordo com a Conab, o algodão é uma das culturas que faz melhor uso da tecnologia disponível. Além disso, o cultivo da fibra é realizado nas áreas mais férteis das fazendas. Esses dois fatores possibilitam produtividades estáveis entre as safras, sofrendo modificações apenas em razão das condições climáticas.

Acompanhe o aumento da demanda internacional

O aumento da demanda mundial e a preferência do consumidor pela fibra natural em detrimento da sintética também contribuem para o aumento da produção. A qualidade do produto nacional melhorou muito e vem conquistando o mercado internacional – 70% da nossa produção são destinadas ao mercado externo.

A qualidade de nosso algodão tem atraído a atenção de países que são grandes produtores da indústria têxtil, como China e Indonésia. O Brasil assume assim o terceiro lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais, atrás dos Estados Unidos e da Índia.

Para que o algodão brasileiro possa ser exportado, amostras do produto precisam ser submetidos a testes rigorosos. O País tem 11 laboratórios para certificar o algodão. Nesta safra serão analisados mais de nove milhões de amostras. Atualmente, 30% do algodão certificado no mundo saem do Brasil.

Acompanhe o crescimento exponencial da renda do produtor

Com o aquecimento da demanda, o preço médio nacional para a fibra apresenta aumento de 11,8%. Tanto o aumento da produção quanto o incremento do preço médio impactaram na receita bruta. A receita bruta dos produtores apresenta um valor de R$ 12,51 bilhões para a safra 2018, com aumento de 42% em relação à safra anterior.

Segundo a Conab, a tendência é que as cotações internacionais sigam em alta, mesmo com o aumento da produção internacional – a projeção para a safra 2017/18 é uma produção de 25,67 milhões de toneladas, com um aumento de 9,8% na produção. A boa demanda mundial, principalmente pelo algodão norte-americano, e a queda dos estoques chineses deverão dar sustentabilidade aos preços externos.

Como vimos, o mercado é extremamente promissor para a produção de algodão brasileiro. Devido a ótima produtividade, pelo clima favorável e pelos preços remuneradores. Diante desse cenário, os produtores podem se preparar para investir em tecnologia, máquinas e equipamentos, para assim alcançar melhores resultados.